A vida é como uma colcha de retalhos. Cada ano é um quadrado de tecido costurado aos outros. Ninguém sabe ao certo como é a sua colcha. Ninguém passou essas cento e noventa e duas mil, oitocentas e quarenta horas grudado em você pra saber como cada quadrado foi tecido, mas você sabe e é só você quem precisa saber, porque é você quem ela cobre. Eu espero que você esteja satisfeito com o que costurou até agora. Se não está, nunca é tarde - que isso não seja desculpa para se acomodar - pra começar a tecer um novo quadrado, mas dessa vez que te satisfaça. Você sabe, esforço é tudo. Tentar, tentar e tentar. Se errar não tem problema, quando a colcha estiver pronta, alguns quadradinhos mal feitos não vão fazer tanta diferença. Espero que os quadrados anteriores te façam querer melhorar cada vez mais, e que seja assim sempre. Você vai perceber que nenhum quadrado vai ficar perfeito, mas isso é pra te motivar - e não desmotivar.
É você quem tece os fios, mas seria uma honra acompanhar algumas das suas linhas sendo entrelaçadas. Faço questão que você acompanhe as minhas. Você é bem vindo à minha fábrica de retalhos! (eu sei, você sabe que sempre foi bem vindo - pelo menos eu espero que tenha se sentido assim - só queria oficializar com minhas letrinhas tortas.)
Agora você vai começar a tecer o retalho número vinte e dois. Boa sorte! Se achar difícil e sentir vontade de desistir, sinta minhas mãos na sua nuca e meus lábios cochichando mentalmente no seu ouvido "você é capaz!". Não se esqueça que a cada ano fica mais complexo. Isso pode ser bom ou ruim, só depende de você.
Desejo que seus tecidos sejam nobres e que, no final da vida, você tenha uma bela colcha.
Feliz vinte e um quadradinhos completos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário