21 de agosto de 2023

Segunda, 21/08/2023

Eu não sei quando foi exatamente que deixei minha alma ficar soterrada por baixo de inúmeros afazeres e preocupações que não me levaram a lugar nenhum. Acho que eu nunca confiei tanto assim no meu mundo interior, mas tentar mascarar ele tem me levado a um lugar improdutivo e estéril. 

São muitas coisas que tem me feito soterrar e adormecer o que tenho de mais belo. A necessidade de ter um salário, que levou a minha mente a se preocupar com dinheiro, e não com missão e propósito. Eu fui podada nisso desde cedo, desde quando eu queria estudar arte para colocar para fora tudo isso que está borbulhando aqui dentro. Me disseram que sonho não enche a barriga. Quando eu quis fotografar, não foi possível ganhar uma câmera, porque eu não iria usá-la para ganhar dinheiro. Me programar para trabalhar com isso também não era possível, porque é preciso construir uma vida profissional em cima de um diploma de graduação.

Foi assim que fui para na psicologia. Foi o espaço que encontrei para a minha alma ter espaço, para as feridas serem expostas e curadas. É claro que precisamos de dinheiro, e cada dia mais eu percebo isso, ainda mais com tudo ficando tão caro, mas se eu tivesse ouvido o meu mundo interior eu já estaria anos luz a frente de onde estou agora. Na pior das expectativas, eu pelo menos estaria no caminho.

Nesse momento me encontro em um deserto. Eu achava que desertos era períodos de dificuldades, mas para mim é um resumo de solo improdutivo. Eu estou sendo improdutiva e estéril. Nada é gerado a partir de mim, a não ser amargura. Como fui me deixar chegar até aqui? Como foi que aquela garota de 14 anos com toda a criatividade do mundo ficou soterrada no meio disso tudo?

Essa é uma tentativa de colocar tudo no papel (ou na tela) e procurar entender o que está acontecendo aqui dentro, qual o caminho para encontrar a saída, ou pelo menos o próximo passo. 

Espero encontrar logo!

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